Trabalhar a tolerância na escola é imprescindível para um ambiente com mais diversidade e respeito ao próximo. Desse modo, o ambiente escolar, como um local de formação da cidadania e do conhecimento de crianças e adolescentes, deve ser um espaço seguro e assertivo para trabalhar a tolerância, visando construir uma sociedade mais igualitária, inclusiva, acolhedora e respeitosa.

Por outro lado, infelizmente, é comum ver no ambiente escolar as consequências da falta de tolerância e respeito que leva ao aumento dos casos de violência escolar e bullying. É neste contexto que ensinar a tolerância se torna responsabilidade dos educadores, implementando táticas e medidas capazes de aprimorar as competências e habilidades socioemocionais dos alunos. Essas ações são fundamentais para criar um ambiente no qual a diversidade seja apreciada, e a consideração pelo outro seja promovida de maneira eficiente.

O que é tolerância?

A tolerância pode ser definida como a capacidade de respeitar, aceitar e compreender as diferenças individuais, sejam elas de natureza étnica, cultural, religiosa, social ou comportamental. 

Assim sendo, podemos dizer que a tolerância é a ausência de preconceitos, estereótipos e discriminação entre uma ou mais pessoas em diversos ambientes, incluindo o escolar.

São características marcantes das pessoas tolerantes:

  • A disposição para compreender o outro com empatia e respeito;
  • A convivência harmoniosa com pessoas que possuem opiniões, crenças ou estilos de vida diferentes dos nossos. 

A tolerância na BNCC

No ambiente escolar, a tolerância ganha um peso maior por estar inserida nos objetivos de aprendizagem da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a formação integral das crianças e jovens.

No documento da BNCC, dentre todas as competências e habilidades propostas pelo Ministério da Educação, podemos destacar a competência de empatia e cooperação que diz:

“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”

Além disso, a tolerância e respeito às diferenças estão intrinsecamente ligados a todas as outras competências gerais da BNCC, uma vez que o foco dessas diretrizes é abranger toda a educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio, e unificar os esforços para a formação de cidadãos éticos, críticos e solidários. 

Tolerância e respeito: uma dupla contra o bullying

Uma das principais consequências que a falta de tolerância e respeito na escola podem causar é o bullying.

O bullying é um ato de violência física e/ou psicológica, intencional e repetitiva que ocorre sem motivo evidente e pode ser praticado por uma só pessoa ou um grupo, contra uma ou mais pessoas, com a intenção de intimidar ou agredir. E este ato não fica restrito ao ambiente físico, ele também ganhou uma nova versão na era digital, o cyberbullying.

Segundo dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, as denúncias de casos de violência na escola aumentaram 50% em 2023. As principais causas foram violações dos direitos civis, políticos e sociais, discriminação, injúria racial e racismo, liberdade de expressão, integridade física e psíquica e direito à vida.

Desde 2015, o Governo Federal instituiu a Lei n.º 13.185 para o combate à Intimidação Sistemática (bullying) em todo o território nacional. 

O texto da lei traz uma série de objetivos a serem adotados pelas escolas que, em resumo, se baseiam na promoção da tolerância e do respeito como uma poderosa estratégia de prevenção à violência escolar.

Por isso, além de seu papel educacional, cabe à instituição de ensino encontrar meios e formas de ter o respeito mútuo e a valorização das diferenças como premissa básica, contribuindo para a construção de relações positivas entre os alunos.

Para essa finalidade, as escolas podem achar na educação socioemocional um meio de desenvolver as competências necessárias. 

As competências socioemocionais e a tolerância


A tolerância está intrinsecamente ligada às competências socioemocionais. Por isso, a educação socioemocional, como vimos no capítulo anterior, se torna uma importante aliada para a construção de um ambiente educacional positivo onde não há espaço para a violência.

Por exemplo, o My Life, programa socioemocinal oferecido pela Conexia Educação, baseia o desenvolvimento das competências socioemocionais essenciais em 5 macrocompetências: Abertura ao Novo, Autogestão, Engajamento com os outros, Amabilidade e Resiliência Emocional.

Neste cenário, a tolerância se apresenta como uma competência socioemocional a ser estimulada junto à iniciativa social, respeito, empatia, entusiasmo e confiança. Indo além, a tolerância também aparece diretamente ligada à resiliência quando o aluno, por meio de atividades direcionadas para a sua faixa etária, é estimulado a ser mais tolerante ao estresse e às frustrações consigo mesmo e com os outros. 

Ao desenvolver essas competências, a escola pode colher como fruto crianças mais capazes de viver em sociedade e de construir relações interpessoais saudáveis.

Dessa forma, os educadores possuem um papel fundamental de guiar os alunos na construção e desenvolvimento dessas competências com criatividade, planejamento e disciplina. O papel aqui é desenvolver atividades que estimulem os alunos a conviverem de forma harmoniosa e cooperativa na sociedade.

5 atividades para estimular a tolerância

Como vimos até aqui, ter uma educação baseada na tolerância é um fator fundamental para um ambiente escolar mais inclusivo e realmente sadio. E diretamente ligado à educação socioemocional, os educadores podem trabalhar por meio das metodologias ativas para estimular a tolerância e o respeito ao próximo. Abaixo, separamos alguns exemplos dessas atividades:

1. Feiras e eventos especiais

Para explorar a diversidade cultural existente em nosso país e também no mundo, promova propostas diferentes que resultem em feiras culturais, apresentações artísticas ou um dia temático. Dessa forma, as crianças poderão explorar sobre uma cultura e país, usar sua capacidade de exploração e a criatividade para apresentar um projeto. 

2. Roda de debates em grupos

A comunicação é uma aliada da escola em todos os sentidos. Por isso, promova o diálogo aberto por meio de debates e discussões em sala de aula sobre situações reais do mundo envolvendo a diversidade, igualdade e inclusão.

Assim, ao expressarem suas opiniões sobre um assunto e, também, ao ouvir outras opiniões será possível criar um senso de respeito pelas diferenças, empatia e abertura ao ponto de vista do outro. Para auxiliar, a equipe pedagógica pode utilizar diversos recursos tecnológicos e audiovisuais como vídeos e músicas

3. Clube do livro

Além da tecnologia como uma aliada nesse processo, há uma ferramenta poderosa que nunca sai de moda: os livros.

Com eles é possível ter outra visão sobre assuntos importantes, além de ser um ponto de partida para debates e rodas de leitura. Para enriquecer esse momento, considere convidar profissionais externos para debater com as crianças e discutir os temas abordados.

4. Projetos imersivos 

Ao quebrar as barreiras da sala de aula, o aluno consegue ter um maior senso de pertencimento do mundo e entender que ele faz parte de um todo, que não se limita a apenas o seu cotidiano.

Neste sentido, projetos como o de teatro, podem ajudar o aluno a simular situações reais e se expor a diferentes contextos, culturas e estilos de vida. Ao colocar isso em prática, alguns pontos importantes como a oratória e resolução de conflitos são trabalhados ativamente. 

5. Ações comunitárias

Ajudar o próximo e ser altruísta pode ser uma das formas de trabalhar a tolerância e respeito ao próximo. Por isso, organize uma atividade de serviço comunitário em grupos e comunidades onde a escola está inserida.

Além de oferecer uma experiência significativa com esse contato, essas atividades podem estimular o engajamento cívico, responsabilidade social e uma reflexão sobre questões sociais e culturais.

Como iniciar a jornada pela educação socioemocional 

Para auxiliar nessa jornada de construção do conhecimento pautada na tolerância e respeito ao próximo, sua escola pode contar com a ajuda de um programa de educação socioemocional como o My Life.

Com uma proposta pedagógica que prepara os estudantes para as escolhas conscientes e uma vida significativa, o My Life, que faz parte das soluções educacionais da Conexia Educação, trabalha com uma metodologia exclusiva que estimula a descoberta de si mesmo e do mundo.

As atividades são desenvolvidas especialmente para cada etapa escolar, com o objetivo principal de enriquecer o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, dando-lhes base para construir suas relações interpessoais, se abrirem ao novo e gerenciarem suas emoções, além de estimular competências como a empatia, respeito e a tolerância.

Além disso, o material une o físico e o digital, traz propostas e estratégias eficazes para os professores aplicarem atividades dinâmicas e envolventes de maneira lúdica e efetiva com o foco no engajamento, colocando o aluno como protagonista de seu aprendizado.

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