Nos últimos meses, cantores como Justin Bieber e Shawn Mendes estamparam reportagens ao redor do mundo após cancelarem turnês mundiais para cuidar da saúde mental.

Entretanto, as notícias não foram bem recebidas pelos fãs. Durante sua apresentação no Rock in Rio, a última antes do cancelamento da turnê, Justin se tornou alvo de cyberbullying, com muitos memes e críticas.

E se engana quem pensa que esse problema só afeta as celebridades: uma pesquisa da Unicef revelou que 37% dos jovens brasileiros entre 13 e 24 anos já foram vítimas de cyberbullying, com as redes sociais como palco para a maioria dos crimes.

Então, como ajudar os adolescentes a evitar o cyberbullying e ter as habilidades socioemocionais necessárias para viver com mais saúde mental? Continue a leitura!

O que é cyberbullying?

Cyberbullying pode ser descrito como um formato de bullying realizado online, por meio de tecnologias como mídias sociais, plataformas de mensagens e de jogos. Entre as ações feitas pelos bullies, visando assustar ou envergonhar as vítimas, podemos citar:

  • compartilhar fotos constrangedoras;
  • enviar mensagens de ameaça ou com frases vergonhosas;
  • espalhar mentiras de outras pessoas nas redes sociais;
  • fingir ser outra pessoa para enganar a vítima.

Segundo a Unicef, é possível que as pessoas confundam cyberbullying com brincadeiras entre amigos

“Mas se você se magoa ou acha que os outros estão rindo de você, em vez de com você, é sinal de que a brincadeira já foi longe demais. Se permanecer assim mesmo depois de você pedir à pessoa que pare e se você continuar se sentindo mal com isso, então pode ser bullying”, explica a instituição.

Ele possui dois pontos importantes a serem frisados. O primeiro é que, quando ele acontece, pode resultar na atenção indesejada de amigos e de estranhos. Ou seja, ele pode gerar danos ainda maiores na autoestima de uma pessoa.

Entretanto, o cyberbullying também pode ser registrado para ser usado como prova para ajudar a dar fim ao abuso.

Dados mostram o perigo do cyberbullying

De acordo com um levantamento realizado pela SaferNet Brasil e o Ministério Público Federal (MPF), só em 2018 foram registradas 133.732 denúncias relacionadas ao cyberbullying – o equivalente a 366 ocorrências diárias.

Entre os crimes que mais incitaram denúncias estão a violência contra mulheres, racismo, LGBTfobia e intolerância religiosa. E esses números permanecem negativos quando recortamos o olhar apenas nos adolescentes.

De acordo com uma pesquisa feita pelo nosso parceiro Instituto Ayrton Senna, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo:

  • 29,7% dos jovens relataram ter sofrido alguma forma da prática nos 30 dias anteriores;
  • 16,1% disseram ter sido intimidados ou humilhados pela aparência do corpo;
  • 14,5%, pelo rosto;
  • 8,1%, por sua cor ou raça; 
  • 10% dos jovens afirmaram ter praticado bullying.

Outros motivos citados foram religião (7,3%), orientação sexual (6,5%) e região de origem (6,2%). O levantamento foi feito em novembro de 2019 com 110.198 alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do médio de escolas estaduais regulares e do Centro Paula Souza.

Como ajudar os jovens a combater o cyberbullying?

Infelizmente, os números mostram o que é difícil de acreditar: que estamos na era do cyberbullying. Isso significa que o papel dos adultos, sejam eles membros da equipe escolar ou familiares, é saber como identificar e agir nessas situações.

Como identificar o cyberbullying?

Alguns dos possíveis sinais de que o jovem é uma vítima de cyberbullying são:

  • demonstrar tristeza com frequência;
  • usar desculpas para faltar à aula;
  • piora nas notas e desinteresse nas aulas;
  • viver “extremos online”, seja ficar o dia todo no computador ou evitar totalmente contato com tecnologias;
  • andar com a cabeça baixa, evitando contato visual com outras pessoas.

O que a família deve fazer com uma suspeita?

A primeira ação que uma família deve tomar com uma suspeita de cyberbullying é redobrar a atenção. Não só acompanhar as postagens online do jovem, como também seu comportamento dentro e fora de casa.

Se o bullying for confirmado, é essencial acionar a escola para discutir soluções – especialmente se o agressor estudar na mesma instituição. Buscar a ajuda de psicólogos pode ser necessário, especialmente para ajudar o jovem a resgatar sua autoestima.

Ademais, se o jovem quiser conversar sobre o que está sentindo, é importante que a família evite comentários como “ignora isso” ou “deixa isso pra lá”. Afinal, o jovem está buscando uma maneira de ser acolhido e ouvido.

Leia também: 5 maneiras de engajar os pais na vida escolar do estudante

O que a escola deve fazer com uma suspeita de cyberbullying?

Se a escola for a primeira a perceber uma mudança de comportamento no estudante, os pais devem ser acionados para serem alertados. A presença de adultos no recreio também pode ajudar a dar mais confiança aos que estão sofrendo agressões.

Todavia, o mais importante é a escola trabalhar desde cedo com a conscientização sobre esse importante tema. Realizar bate-papos com profissionais e entre os jovens é uma ótima maneira de trabalhar um assunto sério de maneira mais leve.

Outra ferramenta valiosa para reduzir o cyberbullying entre os jovens é o investimento em ações focadas no desenvolvimento socioemocional. Afinal, a escola é um lugar privilegiado para o desenvolvimento dessas habilidades, que podem ser recuperadas. 

“As competências socioemocionais não são algo estático, não nascem com as pessoas e ficam da mesma forma. Pelo contrário, podem ser desenvolvidas por estratégias na escola, quando se trabalha com intencionalidade para isso”, afirma a gerente executiva do Instituto Ayrton Senna, Gisele Alves.

De acordo com a pesquisa do Instituto, citada anteriormente, a autoconfiança é tida como fator importante para apoiar a vítima de bullying. Ela é avaliada como pouco desenvolvida por 20,7% dos alunos do quinto ano que responderam ao questionário sobre bullying, 31,7% dos do nono e 27,5% do terceiro do ensino médio.

Trabalhar a tolerância à frustração, por sua vez, é considerado importante para lidar com o intimidador. Ela foi considerada pouco desenvolvida por 33,6% dos alunos do 5º ano, 34,6% dos do nono e 30,9% dos do terceiro do ensino médio.

Se sua escola deseja levar essas importantes ferramentas para a saúde mental dos jovens, o programa de educação socioemocional My Life pode te ajudar!

Com o objetivo promover a construção de um projeto de vida para adolescentes do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio, ajudamos os jovens a desenvolver competências socioemocionais que impactarão seus futuros.

Se você quer saber mais dessa marca da Conexia Educação, com parceria pedagógica do Instituto Ayrton Senna, acesse nosso site ou entre em contato com um dos nossos consultores!