Enquanto algumas mães, pais, avós e tios conseguem prover uma educação saudável para crianças e adolescentes, alguns precisam de ajuda extra para lidar com questões e conflitos da melhor forma. É nessa hora que entra em cena a educação parental.
Apesar da falsa sensação de preparo, muitas famílias podem não ter as ferramentas adequadas para lidar com os desafios que envolvem a criação dos filhos, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento socioemocional. Quer entender melhor o tema? Continue a leitura deste post.
O que é educação parental?
Quem nunca ouviu que filhos precisam de bons exemplos em casa, porque eles são um reflexo dos adultos? Esse é um dos princípios da educação parental, um conjunto de ações que visam tornar o relacionamento entre pais e filhos saudável e acolhedor.
Nesse processo, a família é convidada a refletir sobre traumas passados e suas próprias emoções, que podem afetar o desenvolvimento de crianças e adolescentes e interferir nas relações familiares.
A educação parental é um reflexo das mudanças na estrutura familiar ocorridas ao longo dos anos. Se antes os filhos eram vistos apenas como pessoas que deveriam obedecer ao autoritarismo dos pais, hoje essa relação passou a ser baseada no diálogo e respeito mútuo.
A educação parental surge também para romper a barreira de que os pais sempre sabem o que os filhos merecem, ou que a maternidade e paternidade são instintivas. Pelo contrário: é necessário ter conhecimento para proporcionar ao filho as melhores condições para um desenvolvimento físico, psicológico e intelectual saudável.
Ademais, a educação parental serve para deixar para trás a maneira como se exercia a criação dos filhos. Anos atrás, os castigos físicos e psicológicos eram constantes no ambiente doméstico, o que pode ter criado traumas não resolvidos nos adultos de hoje. Com isso, ocorre a quebra do ciclo de autoritarismo familiar.
Como funciona a educação parental?
A educação parental se baseia na disciplina positiva, abordagem desenvolvida pela psicóloga e educadora Jane Nelsen. Trata-se de uma visão de que as crianças e adolescentes precisam de afeto e compreensão.
Contudo, não se trata de um manual pré-estabelecido de boas práticas, pois cada jovem é único. Dessa forma, a família precisa entender as necessidades e limitações para criar um ambiente familiar de respeito e empatia.
Ademais, a disciplina positiva também faz parte de uma educação familiar não punitiva e sem chantagem emocional — como, por exemplo, dizer ao filho para fazer isso, para ganhar aquilo. Os gritos também são deixados de lado nessa abordagem educacional.
Para isso, a disciplina positiva se baseia em cinco pilares essenciais:
- Respeito mútuo: pais e filhos precisam se respeitar;
- Conexão: o filho precisa sentir que tem voz ativa em casa;
- Eficaz a longo prazo: castigos e punições são deixados de lado, para que a família possa implementar ações educativas saudáveis e com resultados a longo prazo;
- Desenvolvimento de habilidades socioemocionais: habilidades como empatia e resolução de conflitos devem ser estimuladas em adultos em formação;
- Autonomia: o autoconhecimento e a autonomia também devem ser estimulados.
Ademais, o educador parental é um profissional que auxilia pais e filhos na educação parental. Para isso, é feito um planejamento de ações estratégicas para que toda a família conviva de forma saudável e harmônica. Esse papel costuma ser exercido por psicopedagogos e psicólogos com especialização na área.
Educação parental e desenvolvimento socioemocional: qual a relação?
Como apresentado no tópico anterior, a educação parental visa o desenvolvimento de habilidades socioemocionais de todos os membros da família. Assim é possível criar um ambiente familiar saudável e acolhedor, com foco no bem-estar e saúde mental.
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Estimula a resolução pacífica de conflitos
O ambiente familiar está ligado ao desenvolvimento dos filhos. Com isso, quando os pais resolvem os conflitos de forma pacífica com crianças e adolescentes, sem utilizar a agressividade, elas tendem a levar essa habilidade para outras áreas da vida, como o escolar e o social.
Os filhos também podem ter raiva e frustração quando contrariadas, sobretudo quando estão em contato com outros jovens. Por isso, essa habilidade pode ser desenvolvida desde cedo, para que posteriormente sejam adultos responsáveis pelas ações e saibam resolver os problemas com resiliência e sabedoria.
Contribui para a autoestima de crianças e adolescentes
Quando o jovem tem necessidades e opiniões negligenciadas, ele pode desenvolver baixa autoestima e diversas questões de insegurança. Ou seja, os filhos podem não ter confiança para questionar os pais — que historicamente exercem um papel de autoridade.
Contudo, como a educação parental é baseada no diálogo e compreensão, os filhos podem desenvolver a comunicação no ambiente familiar. Isso os ajudam a ganhar confiança, habilidade essencial para encarar os desafios da vida adulta, principalmente no mercado de trabalho.
Desenvolve a inteligência emocional
Em momentos de estresse, os adultos podem acabar descontando a raiva e frustração nos filhos. A educação parental visa fazer com que os pais saibam identificar os próprios sentimentos para lidar melhor com essas emoções.
Dessa forma, a educação parental estimula a inteligência emocional. Trata-se da capacidade de identificar as emoções pessoais e de terceiros, bem como os gatilhos responsáveis por esses sentimentos para gerenciá-los de forma saudável. Para isso, são utilizados alguns pilares, como autoconhecimento e autorregulação.
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Esses são alguns benefícios da educação parental para o desenvolvimento socioemocional de adultos, crianças e adolescentes. Porém, esse tema proporciona diversos debates sobre o estímulo das emoções e sentimentos positivos, seja no ambiente familiar, ou escolar.
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