Desde quando as redes sociais passaram a fazer parte da vida das pessoas, tudo mudou. As maneiras de socialização, o ritmo de trabalho, os planejamentos, a alimentação, o sono, entre outras coisas que variam das mais simples e rotineiras até as mais complexas.

Contudo, não vamos entrar aqui em todos os aspectos de como as redes sociais influenciam a rotina das pessoas. Em vez disso, vamos focar em como as redes influenciam a educação básica. Mais especificamente, como o fenômeno dos influenciadores digitais impacta o comportamento e as decisões dos jovens estudantes.

Não é raro encontrar crianças e adolescentes que ficam mergulhados durante horas no mundo digital, acessando conteúdos gerados por pessoas famosas. Desse contexto, surgem as dúvidas de familiares e educadores sobre como isso afeta a educação.

Fique até o fim se quiser descobrir os efeitos dos influenciadores digitais na maneira como as crianças e os jovens aprendem dentro e fora da sala de aula. Também, vamos trazer algumas estratégias para lidar com esse assunto no contexto escolar. Confira!

A popularidade dos influenciadores digitais

Os “influenciadores digitais” são pessoas que atraem uma quantidade grande de seguidores nas redes sociais, como no Instagram e no TikTok. Entretanto, medir o sucesso dos influenciadores digitais pelo número de seguidores ainda parece insuficiente, afinal, o grande diferencial deles é o poder de persuasão.

Além de atrair milhões de usuários, o influenciador digital usa a sua credibilidade e o seu envolvimento em determinado assunto para influenciar as decisões de seguidores. As finalidades dessas decisões podem ser as mais diversas: vender produtos, criar tendências, motivar, compartilhar conhecimento, diminuir impactos ambientais etc.

No geral, podemos dizer que o fenômeno dos influenciadores digitais não é necessariamente negativo. O engajamento em torno de pessoas com poder de persuasão é um fenômeno comum e é de se esperar que algo do tipo surgissem com o crescente uso das redes sociais. Bons conteúdos surgem dessa interação no meio digital.

De fato, quase sempre há uma motivação financeira por trás — youtubers profissionais criam conteúdos para ganhar em cima dos anúncios. Por outro lado, essa é apenas mais uma das formas de ganhar dinheiro que surgiram com a Internet.

A grande preocupação de educadores e familiares, na verdade, está na reprodução de comportamentos e padrões que podem ser considerados perigosos para jovens e crianças na Internet. Em outras palavras, os efeitos negativos da exposição indiscriminada aos conteúdos gerados por influenciadores digitais.

São esses impactos que vamos mostrar em mais detalhes à frente. Continue a leitura para conferir!

Os impactos nas escolhas e no comportamento dos adolescentes

Muitos influenciadores podem gerar aprendizados positivos para a vida dos mais jovens, como já dissemos, mas existem comportamentos que precisam ser acompanhados de perto. O incentivo à busca constante por likes e visibilidade pode ter um forte impacto na vida de quem está em uma fase de intensa compreensão da própria identidade.

A necessidade de pertencer a um grupo, a construção de uma autoimagem, a aceitação consigo mesmo e a autoestima, para citar alguns exemplos, são dilemas comuns na juventude. Contudo, o padrão de “vida perfeita” vendido nas redes sociais, e intensificado por muitos influenciadores, mais atrapalha do que ajuda todos esses processos.

A vida perfeita e inalcançável vendida a muitos jovens pode desencadear problemas como crises de ansiedade e baixa autoestima. Padrões de relacionamento, alimentação, hábitos de consumo, produtividade, tudo entra na mira da juventude que convive nas redes.

No entanto, embora a discussão sobre os impactos dos influenciadores seja muito pautada pelo consumo — afinal, muitos fazem anúncios pagos no formato de “dicas” para a audiência —, é preciso lembrar de que eles também vendem discursos, como posições políticas, nesse mesmo formato “espontâneo”.

Esse cenário confuso, no qual é difícil distinguir o que é entretenimento e o que é patrocínio, apenas reforça a necessidade de as crianças e os adolescentes receberem uma educação para entender as mensagens que estão em jogo no mundo digital.

As maneiras de lidar com o assunto na escola

Alunos autônomos e críticos são pessoas mais engajadas e cientes dos riscos do consumo de conteúdos na Internet. Nesse sentido, a seguir, conheça algumas possibilidades que podem ser exploradas por educadores para lidar com esse assunto no contexto escolar.

Trabalhar a educação midiática na sala de aula

Aproximar o universo digital da sala de aula não é só uma inovação para a relação de ensino e aprendizagem, como também é algo indispensável para a construção da cidadania e da consciência crítica dos alunos. Memes e outros conteúdos digitais podem ser usados de forma contextual em aulas de interpretação de texto, redação ou de qualquer outra matéria da grade curricular, seja na sala de aula física, seja na aprendizagem remota.

A partir dessas e outras abordagens, a escola pode ajudar alunos a pensarem sobre o que estão lendo e compartilhando na Internet.

Promover as habilidades socioemocionais

A saúde mental é, de fato, um assunto cada vez mais presente nas discussões sobre educação no país, principalmente se pensamos na influência das redes sociais sobre crianças e adolescentes. Essa tendência se ampara, principalmente, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que incentiva a necessidade de olharmos de forma integral para o desenvolvimento dos alunos na educação básica.

De acordo com a Base, é importante que os estudantes consigam respeitar e expressar emoções, agindo com autonomia emocional dentro e fora da sala de aula. Assim, existem dezenas ou centenas de formas de trazer esse tema para a escola.

É possível contar com a ajuda do programa de educação socioemocional My Life, uma das soluções digitais da Conexia Educação. O programa integra ao currículo escolar atividades que promovem habilidades socioemocionais em torno da construção do projeto de vida dos alunos, desde o Ensino Fundamental – anos finais ao Ensino Médio.

As redes sociais, incluindo o consumo de conteúdos publicados por influenciadores digitais, fazem parte do cotidiano de crianças e jovens em período escolar. Como vimos, existem estratégias que podem ajudar os professores a levarem os desafios dessa realidade para a sala de aula, contribuindo para a autonomia e o olhar crítico dos alunos.

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