Muito utilizado no meio corporativo, o feedback é uma ferramenta de avaliação que visa aprimorar habilidades e competências. Na educação, é um recurso empático e humanizado para incentivar o desenvolvimento acadêmico e socioemocional do aluno. 

No entanto, o feedback não deve se resumir em críticas: o professor precisa incentivar o aluno e mostrar caminhos possíveis para a melhoria. No decorrer deste post, você entenderá como criar essa relação com a turma de maneira saudável e acolhedora.

Qual a importância do feedback para os alunos?

O feedback é uma ferramenta avaliativa que contribui para uma aprendizagem construtiva, o que não costuma acontecer nas avaliações tradicionais. Nesse caso, o único objetivo é estipular uma nota, mas não há direcionamento quanto às melhorias que podem ser feitas pelo aluno para melhorar o aprendizado.

Por meio do feedback, o aluno pode refletir quais pontos pode melhorar, tornando-o protagonista da própria aprendizagem. Com isso, o ensino se torna participativo e menos engessado, diferente do que acontece na educação tradicional.

Outro benefício do feedback na sala de aula é a melhoria na relação entre educador, estudante e família. Esse tipo de avaliação demonstra que o professor se preocupa com a aprendizagem do aluno e que está disposto a ajudá-lo.

Para a gestão pedagógica, o feedback é um ótimo instrumento para a melhoria do ensino-aprendizagem oferecido pela escola. Até porque o aluno tem a oportunidade de apresentar o porquê determinadas habilidades e competências não foram desenvolvidas como desejável.

Quando a avaliação da aprendizagem é feita apenas com objetivo de atribuir nota, o aluno pode ficar desanimado ao ter um desempenho abaixo do esperado e achar que é incapaz. Por outro lado, o feedback impulsiona e lhe dá coragem para criar gosto pelo estudo e melhorar o rendimento escolar, de forma saudável e sem pressão. 

5 dicas de como dar um bom feedback

Se os adultos sentem desconforto com feedback, com as crianças e adolescentes não é diferente. Para que esse momento seja proveitoso, é necessário tomar alguns cuidados. Confira! 

Seja claro e objetivo

Em vez de falar que o trabalho não ficou bom, o educador precisa deixar claro o porquê fez determinada análise, afinal, o feedback não é um julgamento. Faltou profundidade na pesquisa? O conteúdo estava confuso? Esses e outros questionamentos precisam ser explicados. 

É importante que o aluno saiba exatamente onde errou para melhorar nas próximas avaliações. O mesmo precisa ser feito ao dar um feedback positivo. Em ambos os casos, o professor pode explicar, com linguagem clara e objetiva, o que era esperado na atividade em questão e como ele alcançou (ou não) o objetivo proposto. 

Aprenda também: Entenda qual o papel do professor no desenvolvimento socioemocional dos alunos

Evite criticar o aluno 

Um bom feedback deve ser construtivo para ajudar no desenvolvimento do aluno. Para isso, o professor precisa querer construir em vez de apenas criticar, apresentando possíveis caminhos para a melhoria na aprendizagem.

Nesse momento, o educador precisa também incentivar o aluno, mostrando que ele consegue obter bons resultados nas próximas atividades. É importante não fazer comparações, afinal, cada estudante tem a própria maneira de aprender. 

Reserve um local acolhedor 

Nem todo aluno se sente confortável em compartilhar certas fragilidades na frente dos colegas, sobretudo os mais tímidos e reservados. Essa exposição pode inibir o estudante, impedindo-o de ter uma conversa aberta com a equipe escolar. 

É importante que o feedback seja dado em um espaço afastado da sala de aula para garantir a privacidade do aluno. Além disso, devem ficar na sala apenas as pessoas necessárias nesse momento, para que a conversa seja o mais confortável e acolhedora possível. 

Esteja aberto a ouvir

O feedback não é unilateral, portanto, o professor precisa demonstrar que está disposto a ouvir o aluno. Perguntar se o estudante entendeu as orientações e se tem dúvidas é um bom ponto de partida para quebrar o gelo nessa situação. 

Também é necessário entender qual a visão do aluno quanto às abordagens pedagógicas utilizadas no ensino, já que o baixo desempenho pode ter relação com a didática do professor. Nesse caso, o educador precisa ter inteligência emocional para ouvir e acolher as críticas de maneira saudável, em vez de refutar os argumentos dos alunos.

Outra maneira de o professor estabelecer essa relação de confiança no feedback é buscar entender se o desempenho fora do esperado foi causado por algum fator externo, mas demonstrando que tudo o que será dito nesse momento será confidencial. Juntos, podem trabalhar para melhorar o ensino-aprendizagem. 

Saiba também: Qual a importância de a escola ouvir a voz do aluno?

Incentive a autorreflexão 

Por mais que o professor ofereça o suporte necessário para o desenvolvimento do aluno, a mudança precisa partir de dentro para fora. É por meio da responsabilidade, organização e tolerância ao estresse que o estudante pode encontrar os próprios caminhos para melhorar o desempenho acadêmico e as interações sociais.

A autoavaliação é uma ferramenta que pode ajudar nesse processo. Com isso, o aluno terá recursos para pensar e refletir sobre como ele enxerga a aprendizagem e como utilizar os pontos fortes para melhorar o desempenho acadêmico.

Reconheça os pontos fortes do aluno 

O foco do feedback não é apresentar os defeitos e pontos negativos ao aluno, colocando-o como culpado pelo baixo desempenho. Em vez de motivar, essa atitude pode colocar o estudante para baixo, como se ele não fosse bom suficiente para ir bem na escola.

O professor precisa apresentar as qualidades do aluno que podem contribuir para o desenvolvimento, colaborando para a construção de sua autoestima. Contudo, os elogios devem ser verdadeiros, pois têm o objetivo de reforçar quais características individuais do estudante são importantes para o ensino-aprendizagem. 

Acompanhe o desenvolvimento do aluno

É essencial que o professor acompanhe o desenvolvimento do aluno ao longo do ano letivo após o feedback, reforçando que está disponível para ajudá-lo no processo de aprendizagem a qualquer momento. Essa atitude ajuda a construir um bom relacionamento e proporciona segurança ao aluno.

Além disso, o acompanhamento serve para avaliar se o feedback foi efetivo ou se serão necessárias outras ações para melhorar o desempenho acadêmico. Esse suporte precisa ser dado também pela família, porque alguns alunos precisam de uma ajuda maior para a aprendizagem. 

Neste post, você entendeu como inserir a cultura do feedback na educação. Para mais dicas de como tornar a sala de aula um local acolhedor e saudável, acesse o blog do My Life e leia outros conteúdos.