O suporte de candidatos com autismo no Enem é essencial para garantir a igualdade de oportunidades e acessibilidade a todos os participantes. Afinal, essas pessoas têm diversas particularidades que impactam a paridade com pessoas fora do espectro.
O Enem, é o exame nacional aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e, para os candidatos com autismo, algumas medidas são adotadas para assegurar que eles possam realizar o exame com condições adequadas. Confira!
Como funciona o atendimento especializado para autistas no Enem?
O pedido de recursos extras para autistas no Enem é feito na hora da inscrição. Para isso, o participante precisa inserir um documento legível que comprove a condição que motiva a solicitação de atendimento especializado.
No documento, é preciso conter o nome completo do candidato, o diagnóstico com a descrição da condição que motivou a solicitação e/ou o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10).
O laudo precisa ainda ter a assinatura e identificação do profissional competente, com respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde ou de órgão competente.
O pedido de atendimento especializado para autistas no Enem passa por uma análise e o resultado sai na Página do Participante, em data indicada no cronograma oficial. Caso seja indeferido, o participante pode recorrer em recurso.
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Quais os direitos concedidos às pessoas autistas no Enem?
De acordo com o edital do vestibular para 2023, o participante que solicitar atendimento para transtorno do espectro autista e tiver sua solicitação confirmada pelo Inep poderá utilizar caneta transparente com tinta colorida para fazer as marcações das perguntas no caderno de questões.
No entanto, o Cartão-Resposta deverá ser preenchido com caneta transparente de tinta preta, sob pena de inviabilizar a leitura óptica e a correção das respostas e do texto de redação.
Além disso, o participante que solicitar atendimento para transtorno do espectro autista terá correção da redação diferenciada, caso a solicitação de atendimento especializado seja aceito.
Isso significa que, na correção da redação do participante, serão adotados mecanismos de avaliação coerentes com suas singularidades linguísticas no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa.
Outro recurso para autistas no Enem é a possibilidade de contar com sala reservada, o que pode ser importante para pessoas com alta sensibilidade ao barulho. Por fim, o auxílio de um profissional ledor e/ou transcritor podem ser solicitados.
De todo modo, apesar do suporte diferenciado, a prova é igual para todos. Também vale ressaltar a importância de consultar o edital do vestibular do ano vigente para avaliar se houve alteração no atendimento especializado para candidatos com deficiência.
Como se preparar para o Enem?
Foi o tempo em que acreditava-se que pessoas com autismo não poderiam ingressar em uma universidade. Hoje, com auxílio e suporte especializado, esse público tem ganhado cada vez mais espaço nos corredores das universidades, tornando a educação inclusiva.
É o caso de Raquel Sabino, estudante autista do curso de medicina que mostra sua rotina nas redes sociais. Cada pessoa com autismo entende qual a melhor maneira de estudar para o Enem e outros vestibulares. No entanto, há algumas dicas que podem ajudar:
Conheça o formato da prova
O candidato com autismo para o Enem deve se familiarizar com a estrutura da prova, incluindo as áreas de conhecimento avaliadas, número de questões e o tempo disponível para cada prova. Saber o que esperar pode reduzir a ansiedade no dia do exame.
Conheça o local da prova
Caso seja possível, o candidato pode ir até o local da prova dias antes com o objetivo de conhecer o trajeto e as instalações físicas. Isso ajudará o aluno a ter um contato com algo que não faz parte da rotina.
Elabore um cronograma de estudos
Organizar o tempo para estudar gradualmente todas as matérias pode ajudar, afinal, a maioria das pessoas com autismo preferem seguir rotinas. Fazer pausas regulares e respeitar os limites, além de, equilibrar o tempo de estudo com momentos de descanso é essencial.
Utilize materiais acessíveis
A preparação do autista para o Enem precisa ter materiais acessíveis e compreensíveis para o nível de desenvolvimento do candidato. Há diversos recursos online, como videoaulas, infográficos e livros adaptados para auxiliar as pessoas com autismo.
Peça apoio
Caso precise de auxílio extra, conversar com professores, familiares ou com profissionais especializados em pessoas com autismo, pode ser um caminho. Eles podem fornecer suporte e ajustes necessários durante os estudos e no dia da prova para um bom rendimento acadêmico.
Cuide da saúde mental
A mudança de rotina e excesso de barulho podem dificultar um bom rendimento. Por isso, a preparação do candidato com autismo para o Enem precisa gerenciar a ansiedade. Técnicas de relaxamento podem ajudar, bem como boa alimentação, sono adequado e atividades prazerosas.
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