A aprendizagem cooperativa é uma metodologia pedagógica que prepara o indivíduo nas mais diferentes áreas formativas. Diferente dos métodos tradicionais de ensino, que estimulam o individualismo, ela se baseia na cooperação entre os alunos.
Tratando-se do ambiente escolar, é fundamental haver estímulo à interação entre a turma, já que esse é o espaço onde os alunos podem socializar com pessoas de fora do ciclo familiar. Para entender melhor esse tema, continue a leitura e saiba qual a importância da aprendizagem cooperativa.
O que é aprendizagem cooperativa?
As velhas formas de ensinar priorizam o individualismo e deixam a colaboração de lado. Contudo, a aprendizagem cooperativa surgiu para ir contra esse modelo educacional ultrapassado. Trata-se de um método de ensino onde a turma é dividida em pequenos grupos e, assim, os alunos trabalham em conjunto em prol da aprendizagem.
As atividades são estruturadas pelo professor de modo que todos os alunos possam contribuir para a realização da tarefa. Vale ressaltar que a aprendizagem cooperativa não se trata de um simples “trabalho em grupo”, pois um estudante pode trabalhar mais do que o outro. Para essa metodologia funcionar, é essencial haver colaboração.
Ou seja, esse método não abre espaço para que um estudante faça a leitura de um material enquanto os outros apenas observam. Dessa forma, cada aluno tem a oportunidade de desenvolver as próprias habilidades enquanto pode refletir sobre as consequências do trabalho para o desenvolvimento do grupo.
Outro ponto de atenção é que, na aprendizagem cooperativa, o professor estabelece uma tarefa diferente para que cada aluno possa participar ativamente, mas todos os integrantes trabalham em um mesmo projeto.
Para que esse processo dê resultados positivos para a turma, os estudiosos da área da educação, David W. Johnson e Roger T. Johnson, estabelecerem 5 elementos da aprendizagem cooperativa:
- Interdependência positiva: o aluno sente que pode contar com o apoio do colega de grupo;
- Responsabilidade individual: cada aluno tem as próprias responsabilidades no grupo;
- Interação estimuladora: as atividades devem ser feitas presencialmente;
- Competências sociais: além das habilidades cognitivas, os alunos devem desenvolver habilidades socioemocionais;
- Processo de grupo: o aluno não pensa de forma individual, mas em grupo.
5 vantagens da aprendizagem cooperativa para os alunos
A escola tem papel central no desenvolvimento do aluno e precisa oferecer metodologias pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento integral do indivíduo, como a aprendizagem cooperativa. Abaixo, listamos algumas vantagens desse tipo de aprendizagem.
1. Favorece a socialização na sala de aula
Não é nenhum segredo que precisamos saber nos socializar com outras pessoas. Contudo, após dois anos de pouco contato físico devido à pandemia, os alunos retornaram às salas de aula com dificuldade para criar relações com seus colegas.
Para reverter esse cenário, a aprendizagem cooperativa pode ser um caminho a ser tomado pelo professor na sala de aula. Por meio desse método, o aluno tende a interagir melhor com o colega graças às atividades. Inclusive, elas permitem a construção de afetividade para com o outro.
Esses benefícios podem até mesmo contribuir para a diminuição dos casos de bullying na escola. Afinal, a aprendizagem cooperativa permite que os colegas se conheçam e troquem conhecimentos para chegarem no mesmo objetivo.
É uma forma de o estudante ter contato com um colega que, até então, não havia trabalhado.
Leia também: Como a educação socioemocional pode diminuir o bullying nas escolas?
2. Estimula o senso de autonomia
Apesar de a aprendizagem cooperativa objetivar o trabalho em equipe, cada aluno do grupo tem as próprias tarefas na atividade proposta pelo professor. Desse modo, o estudante é protagonista e responsável pelo próprio aprendizado e desempenho.
Isso faz com que o aluno desenvolva o senso de autonomia, importante para encarar os desafios do século XXI. Mas isso ocorre de forma positiva, por iniciativa do próprio aluno, diferentemente de quando acontece quando o estudante trabalha sozinho.
Vale lembrar que autonomia não é importante apenas para a trajetória acadêmica do aluno. Após o fim da fase escolar, ele será responsável por tomar as próprias decisões.
E quando essa habilidade é incentivada desde cedo, ela faz com que o aluno seja um adulto mais responsável e consciente das próprias ações.
3. Cria motivação e gosto pelo estudo
Passar horas sentado na cadeira, olhando o professor falar sobre logaritmos em frente à lousa é tedioso. Em contrapartida, o celular oferece inúmeras possibilidades de fuga dessa monotonia. Por causa dessa e outras questões que a educação tem debatido o uso de metodologias ativas que tornem o estudo instigante e motivador.
Na aprendizagem cooperativa, por exemplo, o aluno não trabalha sozinho. Ele tem o colega do lado para incentivar e trocar ideias. Esse sentimento de acolhimento faz com o que aluno tenha uma motivação maior para realizar a atividade escolar.
Com isso, o rendimento escolar do aluno pode melhorar significativamente, já que ele está mais empenhado nos estudos. Isso é bom para elevar a autoestima do estudante, a família fica satisfeita com o desempenho e o professor tem a sensação de dever cumprido. No fim, todos ganham.
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4. Desenvolve competências socioemocionais
A escola não pode ser responsável apenas pelas habilidades cognitivas e intelectuais do aluno. O ambiente escolar também precisa estimular o aluno a desenvolver as competências socioemocionais através de metodologias pedagógicas, a exemplo da aprendizagem cooperativa.
Entre as habilidades socioemocionais desenvolvidas com a aprendizagem cooperativa está a empatia, pois só é possível entender o outro quando passamos a conhecê-lo. Ademais, favorece o desenvolvimento de liderança e trabalho em equipe, que serão úteis para a vida profissional do aluno.
Essas habilidades estão entre as soft skills mais requisitadas no mercado de trabalho atual. Inclusive, um profissional com habilidades socioemocionais pode superar um candidato com uma quantidade maior de certificação acadêmica.
Dessa forma, ao introduzir a aprendizagem cooperativa na sala de aula, a escola prepara o profissional do futuro.
5. Fortalece a relação aluno-professor
A aprendizagem cooperativa não estimula apenas a interação entre a turma, mas o professor também faz parte desse processo. Ele não vai apenas ensinar o conteúdo, mas vai facilitar a aprendizagem e estimular os alunos.
Diferente das metodologias tradicionais, em que o docente é detentor do conhecimento e figura de autoridade na sala de aula, na aprendizagem cooperativa ele exerce um papel de parceiro e fornece o suporte necessário para o desenvolvimento do aluno.
Essa atitude cria uma relação de proximidade do professor com o aluno e, com isso, o ensino-aprendizagem se torna mais leve e prazeroso também para o docente. Assim, o professor cria uma motivação maior para estar na sala de aula.
Como você leu neste post, as habilidades sociais e emocionais devem ser estimuladas na sala de aula. Mas sabemos que professores e gestores pedagógicos podem ter dificuldade para colocar esse processo em prática.
É por isso que o My Life, programa de educação socioemocional da Conexia Educação, conta com um vasto conteúdo sobre como desenvolver a inteligência emocional na sala de aula.
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