A educação inclusiva visa integrar alunos com múltiplas características dentro da escola regular, para que eles possam conviver com pessoas sem deficiência. Para isso, é necessário haver adaptações na instituição de ensino, desde o projeto pedagógico até as instalações físicas.
Vale ressaltar que a educação inclusiva é diferente da educação especial. Isso porque, na segunda proposta pedagógica, os alunos com deficiência são colocados em uma mesma escola, mas separados dos estudantes sem deficiência. Essa abordagem, inclusive, é considerada ultrapassada por especialistas na área.
Neste post, você entenderá o que é educação inclusiva e como implementá-la na sua escola.
O que é educação inclusiva?
A educação especial é uma maneira de promover uma educação igualitária e digna para pessoas que, historicamente, têm o acesso à educação dificultado por múltiplas barreiras, como estigmas da sociedade e falta de acessibilidades no ambiente escolar.
Contudo, vale ressaltar que a educação especial não abarca apenas as pessoas com deficiência. Ela ainda inclui alunos com transtornos do desenvolvimento, como no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e também pessoas com altas habilidades e superdotação.
Em vez de essas pessoas estarem em um ambiente educacional separado dos demais, a educação especial prevê a inclusão desses estudantes nas salas de aula regulares, com todo o suporte específico para a condição da pessoa.
Ao longo do tempo, os órgãos educacionais têm publicado várias diretrizes para assegurar o direito de aprendizagem das pessoas com múltiplas características, entre elas as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Segundo o documento, a educação especial trabalha sob a perspectiva de:
“Em vez de pensar no aluno como a origem de um problema, exigindo-se dele um ajustamento a padrões de ‘normalidade’ para aprender com os demais, coloca-se para os sistemas de ensino e para as escolas o desafio de construir coletivamente as condições para atender bem à diversidade de seus alunos.”
Quais os princípios da educação inclusiva?
De acordo com o Instituto Diversa, que promove diversas ações para garantir a equidade na sala de aula, a educação inclusiva tem cinco pilares:
- Toda pessoa tem o direito de acesso à educação – A educação precisa chegar a todos, de acordo com a especificidade de cada aluno;
- Toda pessoa aprende – Todo aluno tem o potencial de aprender e ensinar, independente das particularidades intelectuais, sensoriais e físicas. Para isso, a escola precisa fornecer as ferramentas adequadas;
- O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular – As abordagens pedagógicas inflexíveis geram exclusão, afinal, cada indivíduo tem a própria maneira de aprender;
- O convívio no ambiente escolar comum beneficia a todos – A educação especial proporciona benefícios a todos, incluindo as pessoas sem deficiência ou que usam necessidades educacionais especiais;
- A educação inclusiva diz respeito a todos – Propor um ensino-aprendizagem que engloba não apenas os alunos, mas, também, gestores públicos, famílias e outras pessoas da comunidade escolar.
Leia também: Saiba como as habilidades socioemocionais ajudam a combater o preconceito na escola
Qual a importância da educação especial?
Estimula o desenvolvimento da empatia
Conviver com pessoas com múltiplas características favorece o desenvolvimento da empatia, já que o aluno tem a chance de conhecer as particularidades de pessoas diferentes.
A partir do momento que o estudante conhece outras realidades, ele entende que o mundo é formado por pessoas diversas e que todos merecem respeito e acolhimento.
No entanto, é essencial haver um preparo de toda a gestão pedagógica e também da turma para acolher alunos com múltiplas características. No caso dos estudantes, a escola pode incluir temas ligados à diversidade.
Além disso, o professor pode explicar de que maneira os alunos podem ajudar o colega com necessidades educacionais especiais, de acordo com as especificidades motoras e psíquicas do aluno.
Garante a inclusão de alunos com múltiplas características
Apesar da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) indicar que toda pessoa tem direito à educação, nem todas as pessoas de fato têm acesso à sala de aula.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 67% das pessoas com deficiência não possuem instrução ou mesmo concluíram o Ensino Fundamental.
Os alunos com múltiplas características precisam encarar diversas barreiras para ter acesso ao ensino regular, entre eles, a falta de acessibilidade arquitetônica no ambiente escolar e/ou na cidade onde reside.
No entanto, por meio da educação inclusiva, é possível adaptar os espaços escolares conforme as especificidades dos alunos, garantindo a inclusão. Com isso, mais pessoas com deficiência poderão finalizar a Educação Básica, ingressar no Ensino Superior e ter melhores oportunidades no mercado de trabalho.
Favorece acessibilidade de todos na escola
A escola precisa estar preparada para receber os alunos com necessidades educacionais especiais, e isso inclui adaptações para que o estudante tenha plena autonomia. Contudo, o Censo Escolar 2020 mostra que 60% das escolas não têm nenhuma medida de acessibilidade arquitetônica.
Engana-se quem pensa que a acessibilidade serve apenas para as pessoas com deficiência permanente. Por exemplo, um aluno ou professor pode precisar utilizar cadeiras de rodas por determinado período, mas, caso a escola não esteja preparada, essa pessoa teria de se afastar da instituição de ensino.
Ou seja, é preciso adaptar as dependências da escola para que todas as pessoas, sejam elas com especificidades permanentes ou não, tenham pleno acesso e autonomia no ambiente escolar.
Como implementar a educação especial?
A educação especial vai além da acessibilidade arquitetônica. Outros fatores precisam ser considerados para a inclusão na escola. Saiba quais são nos próximos tópicos.
Forme grupos de trabalho para a educação especial
Inicialmente, a escola precisa montar um grupo de trabalho multidisciplinar destinado a debater ações para garantir a inclusão na escola.
É importante que a comissão seja formada por profissionais especializados em educação especial, bem como ouvir as demandas da família e das pessoas com necessidades educacionais especiais.
Entenda a demanda dos alunos
Assim que a escola receber a informação que terá um aluno com necessidades educacionais especiais, é importante estabelecer um diálogo com a família e com o estudante.
A partir disso, será possível entender quais são as necessidades da pessoa e preparar o ambiente escolar e o corpo docente para melhor recebê-lo.
Leia também: Qual a importância de a escola ouvir a voz do aluno?
Promova atividades de inclusivas
Todas as atividades da escola precisam garantir que o aluno com deficiência física e/ou intelectual possa participar de maneira igual aos demais alunos. Para isso, a instituição de ensino precisa adaptar o ensino-aprendizagem para a especificidade do estudante.
Vale ressaltar que os alunos com o mesmo diagnóstico não podem ser tratados igualmente, pois o processo de aprendizagem é singular. Para isso, a escola pode utilizar a personalização do ensino.
Adapte as dependências físicas da escola
A educação especial visa estimular a autonomia da pessoa com deficiência. Para isso, a escola precisa ter espaços físicos adaptados para que o aluno possa exercer as atividades com pouca ou nenhum auxílio de terceiros.
Cada tipo de deficiência exige adaptações específicas como, por exemplo, instalação de piso tátil e sinal sonoro para as pessoas com deficiência visual. Essas e outras ações demandam tempo e, por isso, devem ser feitas antes do início do ano letivo.
Adapte as abordagens pedagógicas
O aluno com dificuldades de aprendizagem, por exemplo, aprende de maneira diferente do aluno sem essa característica. Nesse caso, a abordagem pedagógica que serve para um aluno não servirá para o outro, ocasionando exclusão no ambiente escolar.
Nesse caso, é essencial que as abordagens pedagógicas sejam flexíveis e capazes de trabalhar as potencialidades de cada aluno, com ou sem deficiência. A adoção de material didático voltado para a educação inclusiva também precisa fazer parte desse escopo.
Implemente a educação socioemocional
As pessoas com deficiência sofrem preconceito na sociedade, pois são vistos como incapazes. Para quebrar esse estigma, é essencial que a escola promova ações de integração social, o que pode ser feito por meio da educação socioemocional.
Por meio da educação socioemocional, os alunos podem aprender a se relacionar melhor com as pessoas ao seu redor, tornando o ambiente escolar acolhedor e inclusivo.
Existem programas educacionais que trabalham com essa temática em escolas que não sabem por onde começar, incluindo o My Life, no qual a gestão pedagógica tem o suporte necessário para a implementação dessa abordagem de ensino. Se você quer saber como o programa de educação socioemocional da Conexia Educação pode tornar sua escola mais acolhedora, entre em contato com nossos consultores ou acesse nosso site!
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