Você é gestor pedagógico e já se perguntou como está o nível de desenvolvimento social e emocional dos alunos da sua escola? Caso não, é preciso estar atento a isso, afinal, esse tipo de aprendizagem é um dos pilares da educação do futuro.
Felizmente, a avaliação socioemocional pode ajudar a traçar esse panorama.
Ao entender como os alunos desenvolvem habilidades como a empatia, por exemplo, é possível ajustar as atividades para a aprendizagem socioemocional ser efetiva. Entenda a seguir!
Qual é o objetivo de uma avaliação socioemocional?
No contexto escolar, o objetivo da avaliação socioemocional é compreender e analisar o desenvolvimento das habilidades e competências socioemocionais do aluno. Essas habilidades referem-se à capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como se relacionar de maneira saudável com os outros.
A avaliação socioemocional visa ir além das habilidades acadêmicas tradicionais, mensuradas por meio de provas tradicionais e atribuições de notas. Esse tipo de avaliação busca analisar a capacidade que o aluno possui de entender suas próprias forças, fraquezas, valores e interesses.
Além disso, esse formato de observação permite que os professores consigam entender outras habilidades socioemocionais importantes, como:
- Autocontrole: capacidade de regular emoções impulsivas e agir de maneira racional, mesmo em situações estressantes.
- Tomada de decisão responsável: habilidade de fazer escolhas informadas e responsáveis, considerando o contexto delas e as consequências de longo prazo.
- Resolução de problemas: capacidade de lidar com desafios de maneira criativa e construtiva.
- Empatia: conseguir entender e compartilhar os sentimentos dos outros, desenvolvendo relacionamentos saudáveis e auxiliando os outros em momentos difíceis.
Assim como na avaliação das competências e habilidades técnicas, por exemplo, de Português e Matemática, a análise das dimensões sociais e emocionais dos alunos precisam ser ajustadas conforme o resultado demonstrado nas avaliações. Não há como mudar o planejamento curricular sem antes avaliar as necessidades dos estudantes.
Competências socioemocionais e a BNCC
Em vigor desde 2020, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que orienta as escolas da Educação Básica de todo País, públicas e privadas. Em suma, ele apresenta como o ensino-aprendizagem deve seguir para formar cidadãos capazes de enfrentar os desafios do século XXI.
Para a BNCC, a educação socioemocional precisa fazer parte desse processo. Isso significa que, além das habilidades acadêmicas, as socioemocionais devem fazer parte dos currículos da Educação Infantil até o Ensino Médio.
Nesse contexto, 10 Competências Gerais devem ser desenvolvidas em sala de aula. Essas competências vão desde criar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, até auxiliar o aluno em como defender ideias com ética.
Se podemos afirmar que o trabalho com educação socioemocional é complexo, a escola precisa então avaliar e ajustar o planejamento acadêmico constantemente para garantir uma aprendizagem eficaz.
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Como avaliar o socioemocional do aluno? 5 dicas do My Life
Há diversas maneiras de avaliar as habilidades socioemocionais do aluno, e cada opção traz vantagens e limitações. A escola pode utilizar vários recursos simultaneamente e, assim, garantir uma abrangência maior nos resultados. Veja dicas a seguir!
1. Evite definir parâmetros únicos
O desenvolvimento de competências socioemocionais não pode ser avaliado seguindo um modelo único e ideal de desenvolvimento pois não existe um padrão, ou um ponto de chegada para todos os alunos.
Cada ser humano é único e, durante os acontecimentos e experiências ao decorrer da vida, mobilizamos nossas competências socioemocionais conforme o contexto – por isso, algumas pessoas podem ter um desenvolvimento socioemocional maior que outras.
Nesse sentido, a avaliação formativa é um recurso de avaliação socioemocional focado nos processos de ensino e de aprendizagem, ao considerar que os alunos possuem ritmos e modos de aprender distintos, e não pretende premiar ou atribuir nota.
2. Observe os alunos
Uma das maneiras de realizar a avaliação socioemocional dos alunos é por meio da observação, sobretudo nos momentos de interações diárias em sala de aula, atividades em grupo, intervalos e outras situações sociais.
Por exemplo, ao presenciar casos de bullying, a gestão escolar precisa estar atenta pois isso significa que o nível de empatia dos alunos não está desejável para um ambiente escolar saudável e acolhedor.
Dessa maneira, prestar atenção às expressões faciais, linguagem corporal e como os alunos se relacionam com os colegas pode fornecer insights valiosos sobre suas habilidades sociais e emocionais.
3. Autoavaliação
Envolver os alunos em processos de autoavaliação socioemocional pode ajudá-los a refletir sobre suas próprias ações no ambiente escolar. Até porque, reconhecer as próprias emoções e sentimentos faz parte dos pilares da educação socioemocional.
O professor pode utilizar recursos diversos, tais como avaliação com perguntas abertas, diários de sentimentos e atividades de reflexão, que devem ser incorporadas nas atividades acadêmicas para os alunos expressarem suas próprias percepções.
4. Feedback de colegas
Proporcionar aos alunos a oportunidade de dar e receber feedback construtivo dos colegas pode ajudar a desenvolver suas habilidades de empatia, comunicação e resolução de conflitos.
A prática de feedbacks instaura uma mudança de cultura na sala de aula, promovendo a criação de um espaço de colaboração e de corresponsabilização pelo aprendizado.
5. Proponha atividades colaborativas
Em uma atividade colaborativa, cada membro se preocupa com a própria aprendizagem, com a do colega e com o desempenho do time no geral. Cada aluno é avaliado pelo próprio desempenho e pelo progresso dos demais – ou seja, o professor pode avaliá-lo tanto de maneira individual quanto coletiva.
Ao designar projetos em grupo ou atividades colaborativas, a gestão escolar permite que os alunos trabalhem juntos, enfrentem desafios e resolvam problemas, proporcionando uma oportunidade de avaliar como eles interagem, comunicam e contribuem para o sucesso do grupo.
Dicas bônus: conte com o suporte de um programa de educação socioemocional
Para apoiar gestores, o Instituto Ayrton Senna, parceiro do My Life, desenvolveu o Instrumento SENNA de mensuração de competências socioemocionais nas redes de ensino.
O Instrumento SENNA compõe uma proposta integral de monitoramento socioemocional que oferece aos gestores e educadores subsídios para criar e aprimorar práticas nessa área. Além disso, as escolas que fazem parte do programa de educação socioemocional My Life recebem orientações para uma avaliação socioemocional integral.
Por exemplo, muitos são os instrumentos que permitem a prática da avaliação formativa e todos partem do princípio de planejar atividades abertas, colaborativas, que permitam a autoavaliação, tais como produções textuais, dinâmicas em grupo, uso de rubricas, dentre outras.
Esses instrumentos também foram construídos pelo Instituto Ayrton Senna a partir de evidências extraídas de estudos e pesquisas nacionais e internacionais das 17 competências socioemocionais que compõem o modelo organizativo do My Life.
Quer conhecer melhor o My Life? Acesse o site!
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