O Brasil foi um dos países onde as escolas passaram mais tempo fechadas durante a pandemia de Covid-19. Apesar de o cenário atual ser esperançoso, é fundamental que a escola não deixe o acolhimento emocional dos alunos de lado.
Ter atenção ao currículo pedagógico é uma das maiores preocupações da gestão escolar, mas após períodos de incertezas e estresse causados pela pandemia, é fundamental que parte dessa atenção seja dividida com o acolhimento das emoções e sentimentos dos alunos.
O acolhimento emocional dos alunos foi recomendado por diversos órgãos de saúde e instituições de educação para o retorno às aulas presenciais. Contudo, essas boas práticas devem permanecer mesmo após meses de aulas.
Apesar de uma quase normalidade, os efeitos psicológicos da pandemia ainda vão perdurar por alguns anos. Isso significa que no ambiente escolar, educadores e gestores terão que lidar com alunos com dificuldades emocionais, principalmente com sinais de ansiedade.
Esse cenário exige um olhar mais atento e cuidadoso para o equilíbrio psicológico dos estudantes. E se você não sabe como fazer esse acolhimento, nós reunimos algumas dicas para ajudar sua instituição. Leia a seguir!
Como deve ser feito o acolhimento da escola no pós-pandemia?
Confira a seguir 5 ações que podem ser colocadas em prática para ajudar no vínculo entre o aluno e a escola e que podem ser desenvolvidas ao longo de todo o ano letivo.
Restabelecer a sensação de segurança dos alunos
Durante o período de isolamento social, crianças e jovens vivenciaram momentos de estresse e aflição, como:
- medo de contrair o vírus;
- dificuldades econômicas;
- saudade dos amigos;
- luto de alguém próximo, já que muitos perderam pai, mãe, avós ou o principal cuidador.
Isso sem contar a mudança repentina de rotina.
Para muitos, o estresse foi tão grande que o retorno às aulas pode ter sido desconfortável. Nesse sentido, as ações de acolhimento na escola devem ser voltadas no restabelecimento da sensação de segurança dos alunos, principalmente do ponto de vista emocional.
É preciso que, gradualmente, a escola retorne para a mesma rotina pré-pandemia, considerando o estado emocional e pedagógico dos estudantes. Além da aplicação de atividades lúdicas, a carga pedagógica pode ser aumentada gradualmente para que os alunos voltem a se acostumar com o ensino presencial.
Realizar busca ativa de alunos
Devido a fatores como falta de acesso à internet, dinheiro para pagar mensalidade, ou até o próprio estresse emocional da pandemia, muitos estudantes foram retirados da escola. Segundo um levantamento do Todos Pela Educação, cerca de 244 mil crianças e jovens entre 6 e 14 anos estavam fora da escola no segundo semestre de 2021.
E mesmo com a volta às aulas presenciais, alguns estudantes podem ainda não ter retornado. Dessa forma, o acolhimento da escola também envolve trazer o aluno de volta ao ambiente de ensino, principalmente para diminuir os índices de evasão escolar e proporcionar um futuro melhor para esse aluno
Para que a busca ativa dê resultados, é fundamental haver a participação de toda a comunidade escolar: desde a gestão, que vai identificar quais alunos que não retornaram para escola, até a família, que precisa garantir que o estudante frequente as aulas. Para regiões remotas do país, essa ação talvez necessite do suporte de órgãos públicos.
Promover um Projeto de Vida
A pandemia adiou ou desfez os planos não apenas de adultos, mas de crianças e adolescentes. Os jovens que estavam na fase do vestibular, por exemplo, viram o sonho de ingressar em um curso superior um pouco mais distante — bem como entrar no mercado de trabalho, ou realizar um intercâmbio estudantil.
Tudo parou nos primeiros meses da pandemia, até que medidas começaram a ser colocadas em prática para dar alguma normalidade na educação. Depois, vieram as ondas de aumento de contágio, que fizeram tudo fechar novamente. E esse cenário de instabilidade pode ter contribuído para uma certa desesperança nos alunos.
O acolhimento no pós-pandemia deve ser pensado também para reacender a esperança dos alunos quanto ao futuro. Para isso, a escola pode tomar como base a proposta do Projeto de Vida do Novo Ensino Médio, que busca incentivar o estudante a planejar o próprio futuro.
Para isso, a escola pode ajudar o aluno a planejar o que deve ser feito para alcançar objetivos e metas, sejam eles quais forem. Essa ação, inclusive, é fundamental para desenvolver o senso de protagonismo estudantil e autonomia.
Leia também: Protagonismo estudantil: entenda a importância de promover a autonomia dos alunos
Criar um ambiente de escuta ativa
Escutar os alunos sem julgamentos é uma das melhores práticas de acolhimento no ambiente escolar. A equipe pedagógica consegue ter acesso a eventuais problemas que um estudante esteja passando e pode buscar ações para resolvê-lo com outros agentes.
A escola tem um papel fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e, em alguns casos, é o local em que o aluno passa a maior parte do tempo. Isso faz com que os professores e a coordenação pedagógica tenham um maior conhecimento sobre o que o aluno está passando do que sua própria família.
Mas para isso, o aluno precisa sentir que pode recorrer à escola caso esteja com algum problema.
Inclusive, se a instituição de ensino tiver recursos humanos e financeiros, pode-se criar um núcleo voltado para acolhimento e orientação dos estudantes, composto por psicólogos e psicopedagogos.
Adotar a educação socioemocional
Os efeitos emocionais provocados pela pandemia vão demorar para passar, tanto para os alunos, quanto professores. Por isso, a educação socioemocional se faz necessária na sala de aula. Por meio desse recurso pedagógico, os alunos podem desenvolver competências e habilidades ligadas ao lado social e emocional.
Com isso, as crianças e adolescentes aprendem a gerenciar as próprias emoções e a dos outros, o que contribui para um desenvolvimento emocional saudável. Inclusive, a educação socioemocional é uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para todas as fases da Educação Básica.
A educação socioemocional não é benéfica apenas para o acolhimento dos alunos no pós-pandemia. Entender as emoções garante benefícios para diversas áreas formativas do aluno, incluindo a redução dos casos de bullying nas escolas.
Saiba como o My Life pode ajudar a sua escola nesse processo
Uma educação integral inclui práticas e recursos pedagógicos que desenvolvam o lado social e emocional do aluno. Para isso, a escola pode contar com o suporte de um projeto de educação socioemocional, com o My Life.
O My Life é um programa de educação socioemocional da Conexia Educação e conta com parceria pedagógica do Instituto Ayrton Senna para promover a construção de um projeto de vida saudável para alunos do Ensino Fundamental — Anos Finais e Ensino Médio, por meio do desenvolvimento de competências socioemocionais.
Todo conteúdo proposto para as escolas é 100% alinhado à BNCC e conta com embasamento científico, para proporcionar aos alunos uma educação inovadora. Clique neste link, fale com um consultor educacional e tire suas dúvidas sobre o programa.
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