Você costuma desenvolver projetos práticos com os alunos na sala de aula? Então você pratica a cultura maker! Os princípios desse movimento cultural costumam ser usados em processos criativos dentro de organizações, principalmente na área da tecnologia.
Contudo, a cultura maker pode ser aplicada na sala de aula – inclusive, o termo “educação maker” está ganhando mais destaque na área. Continue a leitura deste post para saber mais sobre esse assunto.
O que é cultura maker?
Uma espécie de evolução do “Faça Você Mesmo”, a cultura maker é um movimento que incentiva qualquer pessoa a desenvolver suas próprias ideias e, assim, construir, consertar, e reinventar ferramentas, recursos e objetos de qualquer natureza. Isso pode ser tanto de forma física, como virtual.
Um exemplo prático são as jornadas de inovação tecnológica, nas quais diversos grupos se reúnem para pensar em soluções inovadoras.
Os princípios desse movimento eram mais ligados à engenharia, como robótica, metalurgia, marcenaria, eletrônica, entre outras. Contudo, ele se espalhou pelas mais diferentes áreas, com objetivo de tornar possível a criação de soluções criativas e úteis, mesmo com recursos limitados.
Na cultura maker, o aprendizado ocorre por meio do construtivismo e do construcionismo, ou seja, o “fazer” é o que garante a absorção do conhecimento. Dessa forma, esse movimento pode ser adotado como metodologia de ensino-aprendizagem nas escolas.
A tecnologia tem sido apontada como uma das maiores impulsionadoras da cultura maker, pois facilita o compartilhamento de conhecimento. Agora, qualquer pessoa pode ter acesso a diversos dados e informações para que elas possam colocar a mão na massa e tirar projetos do papel.
Na educação, a cultura maker se apresenta como uma alternativa aos modelos engessados de ensino, que não levam em conta os interesses dos alunos e os deixam como agentes passivos na sala de aula. Assim, todos os ciclos da Educação Básica podem se beneficiar com essa filosofia por meio da educação maker.
Desenvolver projetos práticos na sala de aula é uma forma do professor tornar o aluno mais participativo no processo educacional, além de contribuir com o desenvolvimento de diversas habilidades socioemocionais.
Quais são os benefícios da cultura maker para a aprendizagem?
Adotar a cultura maker no ensino-aprendizagem é uma forma de tornar a sala de aula um espaço aberto ao conhecimento colaborativo, no qual todos se juntam para um objetivo final em comum. Entenda melhor a seguir.
Estimula a criatividade
A criatividade é um dos pilares mais importantes da cultura maker, afinal, como encontrar novas soluções para um problema sem pensar “fora da caixa”? E para as crianças pequenas, isso serve para impulsionar a imaginação — algo tão importante para essa fase da vida.
Consequentemente, a criatividade serve como estímulo à resolução de problemas dentro e fora da sala de aula. Esse tema na educação é tão importante, que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reforça a criatividade para o desenvolvimento dos alunos em diversas partes do documento:
“Parte do sentido de criatividade em circulação nos dias atuais (‘economias criativas’, ‘cidades criativas’ etc.) tem algum tipo de relação com esses fenômenos de reciclagem, mistura, apropriação e redistribuição.”
Frente aos novos desafios do século XXI, como o avanço da tecnologia e mudanças sociais, é fundamental que a escola ofereça uma formação integral ao aluno. Assim, a cultura maker é uma forma de estimular o estudante nas mais diferentes dimensões formativas.
Leia também: Entenda as diferenças entre as competências e habilidades da BNCC
Desenvolve o trabalho em equipe
A cultura maker está ligada ao desenvolvimento de um projeto com várias pessoas inseridas no processo. Até porque várias mentes pensam melhor que apenas uma, não é mesmo? O trabalho em equipe tem diversos benefícios para os alunos, entre eles o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
Estar em contato com outras pessoas proporciona uma importante troca de experiências, conhecimento e valores que são fundamentais para o convívio em sociedade. Fora do ambiente escolar, o trabalho em equipe e a colaboração estão entre as soft skills requisitadas no mercado de trabalho.
Melhora o engajamento na sala de aula
Chegar na sala de aula, sentar em fileira e passar horas olhando para a lousa não parece a abordagem mais agradável para os jovens – especialmente em uma época na qual o celular faz parte da vida dos alunos 24h por dia. Por isso, a educação tem debatido a importância de atualizar as metodologias de ensino.
Nesse sentido, a cultura maker torna o aprendizado mais prazeroso, justamente por propor uma nova forma de aprender determinado conteúdo, por meio da criatividade. Assim, os alunos sentem motivação para estar na sala de aula e se interessam pelos temas apresentados pelo professor.
Não são apenas os alunos que são beneficiados. Todo professor sente satisfação ao perceber que a turma interage nas aulas e tem interesse pelo conteúdo ministrado. É uma forma de também motivar o trabalho do docente.
Leia também: Conheça as principais características socioemocionais da geração Z
Como levar a cultura maker para a sala de aula?
O professor que deseja aplicar a cultura maker na sala de aula precisa entender quais conteúdos do currículo pedagógico podem ser desenvolvidos na prática. Além do mais, o docente deve oferecer toda orientação e suporte necessário para os alunos.
A seguir, veja alguns exemplos de iniciativas que seguem os princípios da cultura maker e podem ser aplicadas na sala de aula.
Trabalhos manuais
Engana-se que a cultura maker tem relação intrínseca com a tecnologia. Esse movimento também pode ser aplicado para trabalhos manuais. Assim, construir brinquedos com materiais recicláveis, por exemplo, pode ser uma atividade interessante para as turmas da Educação Infantil.
As clássicas maquetes de arquitetura urbana também se enquadram na cultura maker dentro da escola, e podem ser usadas para turmas com alunos mais velhos. Além de tornar o aprendizado prazeroso, os alunos podem aprender diversos conceitos relacionados à percepção espacial.
Feira de ciências
A feira de ciência é um evento clássico nas escolas da Educação Básica, na qual os princípios da cultura maker podem ser incluídos, já que o aluno aplica na prática os conceitos que aprendeu na teoria.
É possível ainda ampliar a feira de ciências, com conteúdos que pertencem a outras áreas. Dessa forma, o professor estimula a interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento. Essa iniciativa torna o aprendizado bastante rico para os alunos.
Criação de jogos e aplicativos
As disciplinas de conceitos básicos de programação fazem parte do currículo de várias escolas fora do país, mesmo nas turmas infantis. Por isso, caso seja possível na sua escola, realize com seus alunos algumas aulas de criação de jogos digitais e aplicativos.
Pode parecer difícil, mas há diversos sites e softwares que facilitam o desenvolvimento de tecnologias digitais simples. Vale ressaltar que a programação vai além de um monte de códigos: trata-se também de usar o raciocínio lógico.
Empreendedorismo
Empreender envolve bastante criatividade para pensar em um projeto viável e colocá-lo em prática. Inclusive, o empreendedorismo é um dos eixos estruturais dos itinerários formativos do Novo Ensino Médio.
Então, que tal criar um laboratório de inovação voltado para o empreendedorismo? Os alunos podem pensar em um problema que acontece na escola, por exemplo, e desenvolver alguma iniciativa para solucioná-lo.
Ademais, também é possível pensar traçar estratégias para colocar o projeto em prática, e não deixar apenas na teoria. Ideias interessantes do laboratório podem impactar positivamente a comunidade escolar.
Gostou desse post sobre cultura maker na educação? Acompanhe o blog e as redes sociais (Facebook/Instagram) do My Life para acessar outros conteúdos relacionados à educação e às competências socioemocionais.
Deixar um comentário