O Setembro Amarelo chama a atenção da sociedade para a importância da prevenção do suicídio e da promoção do bem-estar, inclusive na escola. No entanto, o cuidado com a saúde mental dos estudantes precisa ir além de um único mês de conscientização. 

Enquanto a campanha traz à tona conversas sobre o tema, é nas salas de aula que a base para uma saúde mental saudável pode ser construída. Quer saber como? Continue a leitura! 

Qual a importância do Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, promovida em diversos países. Ela ocorre durante todo o mês de setembro e visa sensibilizar a população para a importância de discutir abertamente sobre saúde mental, bem como causas, formas de prevenção ao suícidio e seus fatores de risco.

Durante a campanha, é comum que empresas realizem ações como palestras, seminários, caminhadas, iluminação de prédios públicos com luzes amarelas e atendimento psicológico e psiquiátrico para à população. 

Saúde mental além do Setembro Amarelo

A campanha é uma iniciativa importante para a prevenção do suicídio, porque promove um diálogo aberto sobre saúde mental e oferece apoio às pessoas que estão passando por momentos difíceis. Contudo, esse debate não deve se limitar a apenas um mês por ano. 

É fundamental que esse tema seja integrado à rotina escolar de maneira consistente e estruturada, afinal, transtornos mentais podem surgir em crianças e adolescentes ao longo de todo o ano.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos por suicídio. 

Por isso, ao integrar ações de cuidado e bem-estar para os alunos ao longo do ano letivo, a escola transmite a mensagem de que a saúde mental é tão importante quanto qualquer outro aspecto da vida. Isso contribui para a formação de indivíduos mais empáticos, resilientes e conscientes, que cuidam de si e estão preparados para apoiar os outros.

Por que cuidar da saúde mental dos estudantes?

A sala de aula costuma ser o ambiente mais frequentado pelos jovens, e isso significa que a equipe pedagógica pode notar sinais de uma saúde mental fragilidade antes mesmo dos familiares, principalmente se o aluno tiver um ambiente familiar conturbado. 

Em 2019, quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com um transtorno mental, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda não há dados atualizados para 2023, mas a expectativa é que a pandemia piorou esses números – afinal, seus efeitos ainda serão sentidos por anos.

A equipe pedagógica precisa estar preparada para lidar com alunos que apresentam sinais de sofrimento psíquico e, também, saber como acolher quem precisa de ajuda. Essas ações tornam o ambiente educacional acolhedor e propício para uma aprendizagem efetiva. 

Afinal, a saúde mental afeta diretamente o desempenho acadêmico dos estudantes. Quando eles estão enfrentando problemas emocionais, estresse excessivo, ansiedade ou depressão, sua capacidade de concentração, aprendizado e retenção de informações pode ser prejudicada.

5 dicas de como trabalhar a saúde mental na escola

O cuidado com a saúde mental na escola pode ir além de palestras e outras ações no Setembro Amarelo. Saiba como a seguir! 

Espaços de acolhimento

Criar espaços onde os alunos possam compartilhar seus sentimentos e preocupações é fundamental para a promoção da saúde mental na escola. A gestão escolar pode designar áreas, como salas de relaxamento, onde os estudantes possam se acalmar e refletir — e, claro, deixar o ambiente com a “cara” dos estudantes. 

Além disso, a gestão pedagógica pode incentivar a criação de grupos de discussão focados na saúde mental, para que os alunos possam acolher e ajudar os colegas de maneira saudável. Essa ação pode se estender ainda para o corpo docente e demais funcionários. Esses espaços oferecem suporte emocional e fortalecem o pertencimento na escola

Campanhas contra o bullying

A escola é um ambiente onde os jovens passam a maior parte do tempo durante a semana. Por isso, um ambiente saudável para a saúde mental precisa contribuir para o bem-estar dos alunos, mas não é o que acontece na maioria das instituições de ensino. Casos de violência psicológica e física, conhecidos como bullying, são um desafio para o ensino. 

Nesse sentido, a saúde mental dos estudantes está interligada com a prevenção do bullying. Um ambiente escolar que valoriza a empatia, o respeito e a compreensão contribui para a redução do bullying, o que, por sua vez, impacta positivamente a saúde mental de todos que fazem parte da comunidade escolar. 

Profissionais de saúde mental na escola

Em alguns casos, alunos podem necessitar de suporte profissional. Por exemplo, quando a escola enfrenta casos elevados de estudantes em crise de ansiedade na semana de provas ou perto do vestibular. O ideal é que a escola tenha uma equipe para lidar com questões emocionais e, se for o caso, fazer um encaminhamento para o sistema de saúde. 

A gestão escolar pode disponibilizar horários para conversas individuais/coletivas com psicólogos ou psicopedagogos, proporcionando um espaço confidencial onde os alunos podem discutir suas preocupações.

Atividades físicas e recreação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que a atividade física também pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, assim como melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral. Então, por que não incluí-las nas atividades escolares ao longo do ano letivo? 

Para isso, a gestão escolar pode incentivar a participação dos alunos em atividades esportivas, aulas de ioga, caminhadas ou outras formas de exercício (individual ou em grupo). Os hormônios liberados durante o exercício ajudam a reduzir o estresse, a ansiedade e melhoram o humor – sem contar nos benefícios para a socialização. 

Educação socioemocional

A educação socioemocional desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental dos alunos, porque desenvolve habilidades essenciais para lidar com os desafios dentro e fora da sala de aula. 

Ao incorporar habilidades como inteligência emocional, empatia e autogestão no currículo educacional, os jovens desenvolvem uma compreensão mais profunda de suas próprias emoções e das dos outros. 

Isso não apenas melhora a qualidade das relações interpessoais, mas também fortalece a resiliência emocional, permitindo que eles enfrentem adversidades de maneira mais saudável. Além disso, ajuda a construir um ambiente escolar mais acolhedor e propício ao aprendizado. 

A escola que deseja inovar na aprendizagem pode contar com o suporte do My Life, programa de educação socioemocional da Conexia Educação. Com parceria pedagógica do Instituto Ayrton Senna, o programa visa promover a construção de um projeto de vida para adolescentes do Ensino Fundamental — Anos Finais e Ensino Médio.

O Setembro Amarelo acontece uma vez ao ano, mas o cuidado com a saúde mental na escola pode perdurar ao longo de todo o ano letivo, por meio da educação socioemocional. Acesse o site e preencha o formulário para entrar em contato com o My Life.